quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Colorado e Washington legalizam uso recreativo da maconha nos EUA




Por
Fernanda Ezabella

Colorado e Washington são os primeiros Estados americanos a legalizar o uso recreativo da maconha, após referendos votados nesta terça-feira (6) junto com a eleição presidencial que reelegeu o democrata Barack Obama.
Os resultados colocam os dois Estados em choque direto com o governo federal, que continuará considerando a droga de alto risco e sem teor medicinal. O Departamento de Justiça afirmou que sua política não mudará.
No Colorado, com mais de 50% das urnas apuradas, 52,7% dos votos foram a favor da medida. Já em Washington, onde a campanha do sim arrecadou o equivalente a R$ 12 milhões, passou com 55% dos votos. Em Oregon, um referendo similar não foi aprovado pela população.
Em ambas regiões, a posse de até 28 gramas de maconha será legalizada para maiores de 21 anos. Também serão permitidas a venda e taxação da droga em lojas licenciadas pelos Estados, num sistema parecido com controle de bebidas alcoólicas.
"Ainda temos muito trabalho a fazer para implementar. Mas, pelo menos, no ano que vem não teremos mais 10.000 pessoas sendo presas por causa de marijuana", disse Mason Tvert, um dos diretores da campanha, em seu discurso de vitória para cerca de 200 pessoas que acompanhavam a apuração dos votos num bar em Denver.
Moradora de Broomfield, Colorado, a aposentada Jean Henderson, 73, disse ter votado pela legalização. "Não é pior do que o álcool, e de qualquer forma é amplamente usada no Colorado. O Estado pode se beneficiar dos impostos em vez de colocar as pessoas na cadeia", disse.
A legalização da maconha deve acontecer em 30 dias, e a abertura de lojas só deve ocorrer em 2014, com possível interferência do governo federal. As medidas também legalizam plantio de cânhamo para fabricação de produtos como tecidos e alimentos.
Segundo os organizadores do referendo no Colorado, a medida prevê US$ 60 milhões por ano em novos impostos para o Estado, começando em 2014. "É uma receita que atualmente está na mão de cartéis, no submundo, e que agora poderá ser capturada pelo Estado", disse à Folha Brian Vicente, principal proponente da causa, que tentou em 2006 um referendo parecido.



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