quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Suspeito de matar menino indígena pode ter prisão preventiva decretada

Há pouco mais de uma semana, no dia 30 de dezembro de 2015, a morte brutal e injustificada de um indígena de 2 anos de idade, da etnia Kaingang, de Santa Catarina, chocou o país. Vitor Pinto estava no colo da mãe, na rodoviária de Imbituba, quando um jovem passou por eles, acariciou o rosto da criança e, em seguida, cortou-lhe o pescoço com um estilete.
A família de Vitor mora na aldeia Condá, no município de Chapecó, a pouco mais de 600 quilômetros de distância de Imbituba. Todos os anos, indígenas de aldeias do interior do estado se dirigem às cidades litorâneas para vender artesanato durante a temporada de verão.
De acordo com Jacson Santana, representante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da região Sul, os Kaingang têm problemas com a falta de terras, então a “solução é sair para vender artesanato no litoral, que garante a sua subsistência”.
O delegado de polícia da comarca de Imbituba, Raphael Giordani, um dos responsáveis pelo caso, disse hoje (7), em entrevista à Agência Brasil, que o suspeito do crime, Matheus de Ávila Silveira, de 23 anos, está preso temporariamente e pode ter a prisão preventiva decretada nos próximos 15 dias. “Tudo indica que foi ele”. A prisão temporária vence no dia 31 de janeiro e pode ser prorrogada por mais um mês.
Segundo o delegado, ainda no dia 30, um suspeito de ter cometido o crime foi preso e liberado em seguida, pois tinha álibis que mostravam que não havia sido ele o culpado. No dia seguinte (31/12), após uma denúncia feita à Polícia Militar por meio do Disque-Denúncia, Silveira foi encontrado e encaminhado à delegacia. A denúncia era de que ele havia assumido, diante de algumas pessoas, que teria cometido o crime.
“Um policial militar o encontrou e verificou que as características físicas eram compatíveis. Havia indícios na vestimenta e em acessórios, que eram iguais aos da imagem [registrada pelas câmeras da rodoviária]. Na residência dele, no quarto, foram encontrados vários objetos iguais aos da imagem”, explicou o delegado.

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