sábado, 28 de maio de 2016

Tijolaço: TCU e a “pedalada” de Temer. Balança a “pinguela para o passado”?

pinguela


No Painel da Folha, hoje, aquilo que já havia sido antecipado aqui no mesmo dia de seu anúncio: os técnicos do Tribunal de Contas – lembrem-se que a turma por lá “se encheu” depois de ter arrumado o caso das “pedaladas” para a então oposição “chutar” contra Dilma Rousseff – dizem que é ilegal a antecipação da devolução, pelo BNDES, do pagamento dos empréstimos que o Tesouro Nacional fez ao banco como forma de fazer um fundo para investimentos.
Argumentam que a antecipação de pagamentos devidos por um banco público à União é a mesmo tipo de operação, em sentido inverso,que a postergação de pagamentos devidos pela União às mesmas instituições.
Se a ideia, como anunciado, não é transformar em caixa, mas em abatimento da dívida pública o resultado da antecipação, representava pouco como alívio, frente ao volume do endividamento (de imediato, R$ 40 bilhões sobre um estoque de dívida de R$ 2,8 trilhões, ou menos de 2%).
A intenção, porém, parece ser outra: criar uma “folga” para a manutenção das atuais taxas de juros, mesmo com uma previsão de queda futura da inflação (a ver se de fato ocorrerá), criando, na prática, uma elevação dos juros reais como forma de atrair capital externo.
O que não anda fácil, porque a conta financeira externa anda no vermelho, e bem no vermelho.
O Governo Temer, em lugar da tal “Ponte para o Futuro”, equilibra-se , em matéria de economia, numa “pinguela para o passado”.
Precisa adiar as medidas truculentas para não comprometer sua efetivação, com o afastamento de Dilma, mas não tem meios de, sem elas, acalmar sua base voraz.
A pinguela balança, portanto e, se não evidencia já as maldades, também fica sem meios de promover alguma estabilização que lhe melhorasse a situação política.
A nota do Painel registra o desconforto dos ministros do TCU com o vazamento da oposição à medida proposta pela dupla Temer-Meireles. Por eles, claro, seria passada a mão na cabeça do novo governo nesta questão. Mas esqueceram que quando se põe a fogueira a arder, apagar as brasas é complicado.

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