Do
g1
O Pastor Everaldo Pereira,
presidente nacional do PSC, foi preso na manhã desta sexta-feira (28) na
Operação Tris in Idem, que também determinou o afastamento do cargo do
governador Wilson Witzel (PSC-RJ).
Policiais federais e uma
procuradora chegaram por volta de 6h da manhã ao apartamento do político, no
bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Em um carro da PF, o
pastor saiu de lá por volta das 7h45.
Às 8h25, ele chegou na sede
da Polícia Federal no Rio, na Praça Mauá.
Pastor Everaldo foi citado
na delação premiada do ex-secretário de saúde, Edmar Santos, por conta da
influência dele no Palácio Guanabara. O ex-secretário foi preso por corrupção.
Segundo a delação, era o pastor Everaldo quem mandava na saúde.
Segundo acordo homologado
pelo ministro Benedito Gonçalves, as declarações prestadas por Edmar
"indicam que um dia antes da deflagração da Operação Placebo o Governador
repassou R$ 15 mil em espécie ao Pastor Everaldo, o qual mostrou a quantia a
Edmar, com receio, em tese, de que a Polícia Federal encontrasse os valores na
realização das buscas."
"Trata-se de provável
tentativa de esconder valores supostamente ilícitos, angariados em espécie
(prática usual utilizada por grupos criminosos para evitar o rastreamento do
dinheiro)."
De acordo com documento que
acompanha as diligências autorizadas pelo ministro, Everaldo faria parte de uma
"sofisticada organização criminosa" que tem "o objetivo comum de
desviar recursos públicos e realizar a lavagem de capitais, dentre outros
crimes".
Além de presidente nacional
do PSC, partido do governador Wilson Witzel, desde 2015, o pastor Everaldo
também já foi chefe da Casa Civil de Antonhy Garotinho.
Em 2014, foi candidato à
Presidência da República sem nunca ter ocupado um cargo político. Na época, ele
era pastor da igreja Assembléia de Deus do Ministério Madureira. Ele também já
foi deputado federal e candidato ao Senado Federal.
Três anos depois da candidatura
à presidência, em 2017, Everaldo foi citado na delação de um executivo da
Odebrecht. Na época, o funcionário da empreiteira afirmou que a empresa
repassou R$ 6 milhões para a campanha do pastor para que ele ajudasse a
candidatura de Aécio Neves pelo PSDB.
Na época, o Pastor Everaldo
afirmou que sua campanha "foi bastante modesta, com gastos de R$ 1,4
milhão" e que as doações "obedeceram a legislação vigente".
"A campanha deixou dívidas que estão sendo pagas até hoje."
Entre 2016 e 2018, Everaldo também
foi companheiro de partido de Jair Bolsonaro. O pastor chegou a batizar o
presidente nas águas do Rio Jordão em 2016.
Em nota, a defesa do Pastor
Everaldo afirmou que ele sempre esteve à disposição de todas as autoridades e
reitera a sua confiança na Justiça.
Também por meio de nota, o
PSC informou que o ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente
nacional da legenda, assume provisoriamente o cargo de presidente. O calendário
eleitoral do partido segue sem alteração.
O PSC informa ainda que
confia na Justiça e no amplo direito à defesa de todos os cidadãos e que o
pastor, assim como o governador Wilson Witzel, sempre estiveram à disposição
das autoridades.
O pastor seria ouvido por
uma comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que
investiga gastos públicos durante a pandemia do coronavírus.
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