Empreendida durante os últimos cinco meses, a Operação Liberdade resultou, na manhã desta quarta-feira (4), no fim da quadrilha formada pelos policiais Paulo Roberto Marinho e Valdécio de Souza, e por Alexsandro Ribeiro Mouras. Envolvidos em crimes de extorsão, homicídios e seqüestros, os acusados reagiram à ação policial e morreram na troca de tiros, conforme dados apresentados em entrevista coletiva à imprensa, realizada à tarde, na sede da Polícia Civil, na Piedade.
“Os traficantes quando presos acabavam por denunciar que policiais os estariam extorquindo e plantando drogas para responsabilizá-los. A partir disso, começamos a investigar e nos deparamos com os três acusados”, explicou o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), Daniel Pinheiro.
Além da DTE, o grupo foi investigado, em conjunto, pelo Departamento de Narcóticos (Denarc), a Coordenadoria de Operações Especiais (COE) e a Polícia Militar (PM). Segundo informações divulgadas, a quadrilha planejava para o mesmo dia o sequestro de um gerente de um posto de gasolina, localizado em Castelo Branco. Para impedir a ação, as forças policiais foram divididas em dois grupos. O primeiro dirigiu-se a casa do policial civil Valdécio, na Barra, onde ocorreu a troca de tiros por volta das 6h30, quando o mesmo revidou, sendo atingido e morto. O segundo foi encaminhado à localidade de Gengibirra, na Liberdade, onde aconteceu a outra troca de tiros, resultando na morte dos demais integrantes da quadrilha, que também reagiram à ação da polícia.
Em posse dos envolvidos foram encontrados dois revólveres calibre 38 e um de calibre 32, todos com numeração raspada, além de um plano detalhado do sequestro impedido, pequenas quantidades de drogas e dois carros, um Golf e um Corsa, tomados de assalto recentemente.
“Era preciso provas de materialidade do crime. Por isso, reafirmo a coragem da polícia em encaminhar uma investigação dentro da própria instituição. Nossa posição é de firme combate ao crime, seja policial ou não, porque temos a responsabilidade, o dever e o compromisso de manter a ordem”, ressaltou o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo.
Valdécio era policial civil e estava aposentado por invalidez. Respondia a quatro processos criminais na Justiça baiana (lesão corporal, furto, receptação e dois homicídios), entre 2001 e 2009. Além disso, respondia a dez inquéritos policiais, entre eles, o de participação em grupos de extermínio.
Paulo Roberto Marinho era policial militar e respondia a um processo criminal por formação de quadrilha e a outros quatro inquéritos por homicídio, roubo a banco, porte ilegal de armas. Alexsandro respondia a processo criminal e inquérito policial por falsidade ideológica. As investigações seguem para fechar o histórico criminal da quadrilha e também verificar se há mais envolvidos no esquema.
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