quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Embasa será convocada para falar sobre problemas no Subúrbio

A Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa vai procurar a Embasa para saber que planos e projetos a empresa tem para solucionar o problema da poluição que afeta o subúrbio ferroviário. A decisão atende reivindicação de pescadores e moradores que pediram ontem a intervenção do colegiado. A ideia do deputado José de Arimatéia (PRB), presidente da comissão, é envolver outras entidades, como Prefeitura de Salvador e Ministério Público, na busca de solução para o problema, provocado pela canalização para o mar dos esgotos da região.
Segundo as denúncias formuladas durante a sessão ordinária da comissão, as praias do subúrbio estão impróprias para qualquer atividade, seja lazer ou trabalho. Pescadores e marisqueiros garantem que peixes e mariscos estão morrendo, a lama do fundo da baía "fede a fezes" e as micoses são quase epidemia. "Onde antes era praia, agora é só esgoto", disse Ubiraci Almeida, morador há mais de três décadas de Paripe. Esta é uma situação que se arrasta ao longo dos anos sem que uma providência efetiva seja adotada, denunciou Mônica Gonçalves, marisqueira há seis anos e residente no subúrbio há 35 anos.
"Somos esquecidos. O que chega são só migalhas", disse ela ao informar que várias reclamações e pedidos de solução foram encaminhados à Embasa, sem resposta. A inércia atinge também o poder público municipal. Segundo a marisqueira, a Prefeitura de Salvador também "não faz nada" para resolver o problema que vem afetando, sobretudo, os que dependem da maré para sobreviver. "A poluição mata o marisco", reclamou Calixto Santos, pescador desde os 7 anos de idade, adiantando que o camarão que não morre "foge da beira da costa", impossibilitando a captura, uma vez que os pescadores não dispõem de equipamentos que atinjam o fundo da baía.
Os pescadores informaram ainda que há pelo menos dois anos vêm denunciando a situação e pedindo solução. A Embasa, segundo informações publicadas pela imprensa local, credita a poluição ao crescimento populacional desordenado do subúrbio. É para saber o que há, de fato, e como a empresa pretende resolver o problema que os deputados estaduais da Comissão de Saúde irão procurar a Embasa. O colegiado pode, ainda, promover uma audiência pública conjunta com a Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos para debater amplamente a questão. Embasa, Ministério Público, Ingá e Prefeitura de Salvador são alguns órgãos e entidades a serem convidados a participar das discussões e análises, segundo propôs o deputado Alan Sanches (PSD) em requerimento verbal apresentado ontem.



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