Só deu Bahia na noite deste domingo (19), no Sambódromo, Rio de Janeiro. A Boa Terra foi duplamente homenageada pela Portela e, em seguida, pela Imperatriz Leopoldinense. Na Portela, a cantora Marisa Monte foi destaque da Velha Guarda e, junto com Paulinho da Viola, abriu alas para o Senhor do Bonfim derramar as suas bençãos.
Marisa pediu, Oxalá atendeu! A escola adentrou o sambódromo e logo levantou a arquibancada com o samba enredo ‘…E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual…’. “É contagiante isso aqui!”, disse a baiana Karyne Lima. Um pouco mais atrás estava a musa do axé, Daniela Mercury, que empolgou a multidão com a batucada do Olodum e da Timbalada. Ela desfilou como destaque do carro “Canto da Cidade”.
Vestido de Babalorixá, o ator Milton Gonçalves tentou explicar sua fantasia dizendo que todo mundo tem um pouco de Bahia. “O papel do pai de santo é coordenar os trabalhos de um grupo, é agregar e unir pessoas num Terreiro de Candomblé. Estou aqui para mostrar isso!” disse.
Vanessa da Matta veio homenageando os 70 anos da sambista, Clara Nunes, mineira, que exaltou a Bahia em suas canções. "É arrepiante”, disse Vanessa, com trajes que lembraram a cantora - tiara de conchas e vestido rendado.
A atriz Sheron Menezzes mostrou samba no pé e conduziu chorando a bateria que sacudiu a Sapucaí. Tereza Ferraro, da diretoria da Portela, aposta nessa vitória para levar o desfile da escola à Bahia. “Vamos colocar nossa bateria campeã em Salvador, já pensou?”, prometeu a carnavalesca.
O secretário do Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, que também desfilou na Portela, disse que não tem como comparar o Carnaval entre duas cidades. “Rio de Janeiro e Salvador têm festas diferentes. São emoções incomparáveis”, afirmou Leonelli. Em pouco tempo o samba da Portela já havia contagiado e só se ouvia: “... Madureira sobe o Pelô... A Bahia me chamou...”.
Na sequência da homenagem à Bahia veio Jorge Amado, o escritor baiano que completaria 100 anos de vida em 2012, que foi tema da Imperatriz Leopoldinense. As saudações a Iemanjá e Oxalá, as frutas típicas, os cabarés, a luta do povo baiano contra o preconceito, Gabriela, Tieta e Nacib tudo isso ganhou vida na atuação de centenas de foliões que se animaram ao som da bateria da escola junto com a percussão do Ilê Ayiê.
A atriz Luiza Brunet demonstrou que tem elegância até na ponta do pé, como rainha de bateria. As crianças também participaram da festa, numa referência à obra ‘O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá’, escrita por Jorge Amado para homenagear seu filho, João Jorge. A pernambucana Célia Sá estava bem animada: “A Imperatriz vem para arrepiar”, disse ansiosa para desfilar na sua escola de coração.
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