O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na tarde desta quarta-feira (23), e reunião e mobilização com sindicalistas de diversas centrais, como CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central, Intersindical e CSB, além da CSI, federação internacional e entidades de classe. Durante o ato, um manifesto coletivo contra o golpe e em solidariedade a Lula foi aprovado pelos cerca de 500 sindicalistas presentes, por unanimidade.
"Estamos vivendo o mais longo período de democracia contínua no Brasil desde a proclamação da República. Temos de perceber a importância do tempo que vivemos, pois nada é mais importante que viver sob a democracia", afirmou Lula, em seu discurso.
O ex-presidente relembrou que a elite conservadora do país sempre teve "dificuldade de conviver" com governantes de outras origens sociais, ou cujos governos não dessem prioridade aos mais ricos. "O que fazem hoje, fizeram o mesmo com Getúlio Vargas, o mesmo com Juscelino Kubitschek. Inventaram até um apartamento para o JK, que não era dele, como fizeram comigo. Depois com Jango, tentaram fazer o parlamentarismo, por fim deram o golpe. Havia a ideia e que devolveriam as eleições em 1965, mas aí ganhava o JK, então a ditadura durou até 1985", recapitulou Lula
"De lá para cá, crescemos, aprendemos. Minha eleição foi resultado da consciência política do nosso país. E escolhi um lado à frente do governo. Chegamos a 2014 com desemprego de 4,5%, situação de pleno emprego", afirmou Lula.
O ex-presidente comentou ainda sua ida para o Ministério da Casa Civil, e a necessidade de mudar os rumos da política econômica para melhor combater os efeitos da crise econômica. Lula disse sentir "nojo" do que a parcela da imprensa que aderiu ao golpe tem feito contra o governo e sua honra pessoal. "Justo eu, que sempre tratei todos, até quem não tinha 1 ponto de audiência, com respeito".
"A democracia é um valor extraordinário e nós aprendemos a respeitar. Quem já perdeu mais eleições que eu?", brincou Lula, relembrando que a campanha e difamação contra petistas está levando a violência às ruas. "Hoje, parece briga e torcida. Se você está e verde e amarelo, presta, se usa vermelho, não presta. Que babaquice é essa? Nós temos divergências políticas, ms não temos ódio deles, não".
"Por que estamos aqui agora? É por Lula, é por Dilma, mas, principalmente, para defender os interesses da classe trabalhadora. O golpe é contra a classe trabalhadora. Os mesmos que querem o golpe são os que querem acabar com a CLT, criando a terceirização indiscriminada. Os mesmos que acham que peão que pensa com a cabeça do patrão é piolho. E nosso interesse é que o Brasil saia da crise, sem perda de direitos", afirmou Vagner Freitas, presidente da CUT.
O ato reuniu inclusive lideranças sindicais que, politicamente, se identificam como oposição aos governos petistas, mas que não pretendem permitir uma ruptura democrática conduzida por forças conservadoras. Foi o caso de Índio, da Intersindical: "Não vamos nos calar, nós vamos mobilizar este país e derrotar os golpistas. Nós, da Intersindical, não somos favoráveis à política econômica do governo, mas hoje não temos dúvidas: não vai ter golpe", discursou.
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