Do
g1
Um
dos padres mais populares de Goiás, padre Robson de Oliveira Pereira, de 46
anos, comandava, desde 2004, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe),
entidade que reúne devotos de todo o país e arrecada cerca de R$ 20 milhões por
mês, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO).
A
Afipe é responsável pelo Santuário Básilica de Trindade, do qual padre Robson
era reitor, mas pediu afastamento de suas funções da associação e da basílica
nesta sexta-feira (21), após o Ministério Público deflagrar a “Operação
Vendilhões”, que investiga o desvio de R$ 120 milhões de doações de fiéis.
À
frente da Romaria de Trindade, uma das maiores manifestações católicas do
Brasil, padre Robson, como é conhecido, começou a ter seu nome envolvido em
escândalos em 2017, quando surgiu uma denúncia de extorsão. Na época, um hacker
pediu R$ 2 milhões para não revelar um suposto caso amoroso. Porém, a polícia
apurou que as mensagens usadas na tentativa de extorsão eram falsas.
Natural
de Trindade, o religioso é uma figura presente na cena católica e tem um
programa de TV em que promove momentos de reflexão com base em trechos da
Bíblia e experiências pessoais, além de conselhos àqueles que pedem orientação
religiosa.
De
acordo com o MP, as doações recebidas pela Afipe giram em torno de R$ 20
milhões por mês e chegam de todas as partes do país. A investigação apura se
esse valor ou parte dele tem sido usado de forma irregular, em benefício de
determinadas pessoas ligadas à associação.
Segundo
a defesa do padre Robson, a Afipe sempre fez investimentos para aumentar a
renda da instituição.
Em
seu site, a Afipe descreve que as doações recebidas “são voltadas para a
evangelização por meio da TV e para obras sociais”. A associação mantém um
canal de TV e também transmite missas em uma rádio.
Além
de toda a programação religiosa, a Afipe é responsável pela Romaria do Divino
Pai Eterno, principal festa religiosa de Goiás e considerada uma das maiores
celebrações religiosas do mundo. Ao longo de dez dias, são realizadas cerca de
100 missas e mais de 40 novenas, além de procissões, batizados, vigílias,
alvoradas e confissões.
O
evento reúne milhões de pessoas todos os anos. Em 2019, por exemplo, a romaria
recebeu cerca de 3 milhões de fiéis de todo o Brasil e até do exterior. Neste
ano, a celebração foi cancelada por causa da pandemia.
Segundo
dados da Afipe, os trabalhos são mantidos por doações de fiéis. O evento também
é responsável por movimentar a economia da cidade, que se mantém praticamente à
base do turismo religioso, criado, principalmente, em torno da Basílica.
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