A sessão especial sobre a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é tráfico humano, contou com o plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) repleto de católicos e uma mesa de debate composta de autoridades sobre o tema. As diversas nuance do crime, desde o tráfico de crianças que são adotadas ilegalmente, passando pela exploração sexual, assim como pela comercialização de órgãos humanos, entre outras, foram expostas em dados estarrecedores que reafirmam o que disse o deputado Yulo Oiticica, proponente da sessão: “fica claro que o tráfico humano é um negócio internacional, com ramificações no sistema financeiro e que faz parte da economia global, mesmo sendo ilegal. Por isso não podemos tratar a questão como algo que segue à margem da sociedade”.
A complexidade do crime, que se ramifica silenciosamente na sociedade, foi ressaltada também pelo juiz Luiz Roberto Cappio. Para ele, existe um lobby contra as iniciativas de enfrentamento ao tráfico. “Eu sou um exemplo disso. Por não conseguir tratar deste problema com indiferença, fui destituído do meu cargo e ainda fui acusado de insano”, relatou o magistrado responsável pelo retorno das crianças de Monte Santo, no interior da Bahia, adotadas ilegalmente por famílias de São Paulo. Cappio elogiou deputado Yulo Oiticica, classificando-o de uma raridade entre os políticos brasileiros, e o agradeceu por promover a sessão especial. Parabenizou também a CNBB por trazer o tema à tona e disseminá-lo para a sociedade.
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